IN MEMORIAMEx-Cap. Milº Engª Jorge Maçarico O Capitão Maçarico (Jorge Maçarico) , engenheiro civil na Câmara de Aveiro, depois de ser chamado para o curso de capitães milicianos, foi mobilizado em rendição individual para Moçambique. Como ia em rendição individual ficou com a ideia que iria para uma cidade e até levou o seu automóvel «Peugeot 304» . Contudo, o Maçarico deve ter sido tramado por aqlguém e foi parar a Marrupa para substituir o capitão Rosas Leitão que terminava a sua comissão de serviço. Portanto, a partir de Julho/Agosto de 1970, o Maçarico passou a ser o comandante da Companhia de Engenharia nº.2686. Como já relatei anteriormente, durante a época das chuvas a Companhia de Engenharia permanecia todo o tempo no seu aquartelamento em Marrupa. Festa de aniversário de um dos furriéis Em Marrupa o pessoal passava o tempo a jogar futebol, a jogar a lerpa, na caça e a emborcar cerveja e whisky que eram as únicas bebidas que existiam para além da «fanta» e da coca-cola. Na maioria das vezes jogávamos as cartas e emborcávamos na nossa messe, onde havia electricidade toda a noite ao contrário do aquartelamento ao lado (C.C.S.) onde a electricidade era desligada às 21h30 /22h00. De vez em quando o pessoal também ia até à vila, onde existia um bar, cujo nome suponho que era o “ás de paus”. Um certo dia o Maçarico veio ter comigo , dando-me a seguinte ordem: - Ó Magro anda comigo até à vila que hoje quero apanhar uma grande bebedeira! De seguida passa-me a sua carteira para mãos, dizendo-me: Dálio Magro, "fardado" a rigor, dando de beber à dor no bar do aquartelamento de Marrupa - Pega lá para pagares todas as despesas. Chamou o condutor de serviço para nos levar até à vila e pediu-lhe para nos ir buscar por volta da 01h30. Depois de termos conversado longamente sobre diversos assuntos e emborcado algumas cervejas, o Maçarico “virou-se” para o whisky e só parou quando já não se aguentava em pé. Finalmente lá chegou o condutor que nos levou para o nosso aquartelamento e aí começou o trabalho de tentar deitar o Maçarico , cuja tarefa se mostrava quase impossível. Comecei a tirar-lhe os sapatos, mas de imediato o Maçarico reage e com uma voz rouca informa-me que: “primeiro são as calças e só depois é que são os sapatos!” A muito custo lá consegui levar a cabo esta ingrata tarefa e quando terminei a mesma já o Maçarico dormia como um passarinho. No dia seguinte, para espanto meu, a primeira coisa que o Maçarico me disse foi: -Ó Magro tenho que ir à vila procurar a minha carteira! -Ó Maçarico a tua carteira está comigo, não te lembras que ma entregaste? -Não me lembro. Achei muito estranho, uma vez que quando me entregou a carteira estava perfeitamente sóbrio. Então perguntei-lhe: - não te lembras de que me disseste que querias apanhar uma grande bebedeira? -Sim é verdade. E achas que apanhei mesmo? - Claro e das grandes! -Era o que eu queria e ainda bem. Com o relato deste episódio fica aqui a minha sincera homenagem ao saudoso amigo Maçarico e quando nos tivermos de encontrar seja lá onde for, terás de me esclarecer o motivo pelo qual desejaste apanhar aquela grande bebedeira. |
A gesta de seis irmãos que cumpriram Serviço Militar em África (Angola, Guiné e Moçambique).
quinta-feira, 19 de novembro de 2015
Dálio Magro
Uma Grande Bebedeira do Maçarico
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