O Primeiro-Sargento da Companhia era muito miltarista e implicava com os cabelos compridos dos condutores quando estes iam a Marrupa para reabastecimento de material. Então, eu escrevia na tampa de uma ração de combate (não havia papel no meio do mato) uma declaração em que autorizava o condutor a usar os cabelos compridos durante o período que levaria a fazer o trajecto entre o mato e o Quartel e respectivo regresso.
A primeira coluna para o mato (Chiulezi) foi chefiada por mim, mas, para meu espanto, com a segunda coluna não seguiu qualquer oficial. Os condutores queixavam-se que o Primeiro-Sargento tinha construído um jardim à entrada do aquartelamento que dificultava a manobra dos camiões. Pelos motivos acima apontados o "vidrinhos" fez algumas quadras que o pessoal passava a vida a cantarolar. |
O Primeiro-Sargento Bruno Há injustiças que tanto puno Já estamos fartos do Sargento Bruno do Sargento Bruno Que mal tão grande e derradeiro Artilharia mandou um primeiro mandou um primeiro Já cheira mal, a merda é tanta Sempre nos lixam, mas a malta canta mas a malta canta O artilheiro fez um jardim Mas cá o Magro não o quis assim não o quis assim Oh artilheiro a ideia é sua E o capitão pô-lo na rua pô-lo na rua Com o capitão ninguém se mete E arrasou tudo com o D7 tudo com o D7 Eles bem se escondem lá no buraco Mas o Jesuino já cá veio ao mato Já cá veio ao mato Dizem que o Bruno é muito vera Mandem para o mato essa grande fera essa grande fera Se ele aqui vem, ai que grande carola Pois os mauzões cá baixam a bola Cá baixam a bola O Laranjinha que grande rato Foi para o conjunto para se safar do mato para se safar do mato Já me esquecia cá do xarola Que no morteiro é um pintarola É um pintarola Versos feitos na picada entre o Candulo e o Xiulezi Mandem os xicos para o mato Já estou farto desta merda Mandem os xicos para o mato Já estou farto desta merda Chegamos ao Xiulezi não trouxemos oficiais Ficaram em Marrupa para mandarem vir mais Chegamos ao Xiulezi não trouxemos oficiais ficaram em Marrupa para mandarem vir mais Mandem os xicos para o mato Já estou farto desta merda Mandem os xicos para o mato Já estou farto desta merda Vamos arranjar a pista para virem de avião eles mandam muitas papaias mas não gostam da confusão Vamos arranjar a pista para virem de avião eles mandam muitas papaias mas não gostam da confusão Mandem os xicos para o mato Já estou farto desta merda Mandem os xicos para o mato já estou farto esta merda O medo era mato do Candulo para cá mas houve um dos valentes que preferiu ficar lá O medo era mato do Candulo para cá mas ouve um dos valentes que preferiu ficar lá Mandem os xicos para o mato já estou farto desta merda mandem os xicos para o mato já estou farto desta merda Dos sorjas nem se fala eles só estão preocupados com o braçal de sargento de dia Dos sorjas nem se fala eles só estão preocupados com o braçal de sargento de dia Mandem os xicos para o mato já estou farto desta merda mandem os xicos para o mato já estou farto desta merda Para a guerra não querem ir recusam-se a todo o momento Assim também eu queria ser segundo sargento Para a guerra não querem ir recusam-se a todo o momento assim também eu queria ser segundo-sargento Mandem os xicos para o mato já estou farto desta merda Mandem os xicos para o mato já estou farto desta merda Se um dia a sorte mudar e a gente puder mandar vir serão sempre eles a alinhar e há-de ser até partir Se um dia a sorte mudar e a gente puder mandar vir serão sempre eles a alinhar e há–de ser até partir Mandem os xicos para o mato já estou farto desta merda mandem os xicos para o mato já estou farto desta merda Estou farto deles Estou farto deles da xicalhada Só mandam vir e não fazem nada E não fazem nada E não Fazem nada Vai para o mato xico lateiro Por esse andar chegas a 1º Chegas a primeiro Chegas a primeiro Estou farto deles da xicalhada Eles no quartel e nós na picada E nós na picada E nós na picada Só há trabalho e maus tratos e na picada a fome é mato A fome é mato A fome é mato O vagomestre que grande pinta Está a cortar-se com a ração trinta Com a ração trinta Com a ração trinta Ai que cheirinho a verde pinho Só não cheiramos o nosso vinho O nosso vinho O nosso vinho Não é só o vinho a nossa luta Mas o lerpanço é também na fruta É também na fruta è também na fruta Tanta miséria que devaneio Ainda por cima não temos correio Não temos correio não temos correio De tanta merda já não estranho há quinze dias que não tomo banho que não tomo banho que não tomo banho Tudo a ralhar com razão Ainda por cima também não há pão Também não há pão Também não há pão Não há pão come borracha Pois nem sequer trouxeram bolacha Trouxeram bolacha Trouxeram bolacha Que vida esta tão desgraçada Se um homem fala leva uma porrada Leva uma porrada Leva uma porrada De tanta dor ninguém contesta Se vem os turras é o fim da esta è o fim da festa é o fim da festa |
Sem comentários:
Enviar um comentário