O turra das minas Pequeno e traquinas Lá vai na picada E a malta escondida Na mata batida Monta a emboscada O turra passou A malta esperou Já toda estafada E a Berliet Sempre foi estoirada Há mortes e feridos E os mais aguerridos Somos sempre nós Vamos pelos ares Gritando por todos Até pelos avós Oh Turras bairristas Mas pouco fadistas Já é tradição Ser para-quedista Sem tirar o curso Ai isso é que não Oh turra das minas A tua vida agora É por as marmitas Pela picada fora Oh turra das minas A tua arma soa Por léguas e léguas Aqui no Niassa Onde a guerra entoa ---X--- (letra para a música do Fado ‘Ó Júlia Florista’) Há erva lá na picada Pisam-na os guerrilheiros O coração do soldado Pisam-na os coronéis E ajudam os machambeiros Que culpa tem o soldado de ter raiva à sua sorte Se vem um filho da puta que o mete numa farda e o manda para a morte E o sr. Brigadeiro vive muito descansado Até comprou um balança Para pesar o dinheiro Que rouba ao pobre soldado Quando será Deus do Céu Que um dia haverá verba Quando será Deus do Céu Que um dia haverá verba Para a malta comer pão e os xicos merda.. merda merda …merda --- X --- Canção feita em Nampula em 1970. Inspira-se numa conhecida canção da guerra civil espanhola: "La hierba de los caminos la pisan los caminantes y la mujer de lo obrero la pisan quatro tonantes de essos que tienen dinero" (...) (João Maria Pinto -1999) http://blogueforanada.blogspot.pt/2004_05_09_blogueforanada_archive.html Todos os cabecinhas Têm as suas caminhas Com lençol e almofadas Mas a malta cá no Norte Já está com muita sorte Se não dormir na picada Eles comem em sua mesa E com decoro e subtileza demonstram a sua arte Mas a malta variando cá continua lerpando é a ração de combate Estou farto deles que da guerra não sabem nada só chateiam a rapaziada para fazer um figurão É descansando que o tempo vai passando (Ai) Só estamos esperando acabar a comissão Andei cá pelo Norte Lado a lado com a morte Lutando sempre na frente Mas eles sem fazerem nada Vão vestindo a sua farda Como se não tivessem medo Vão mandando suas bocas Mostrando suas ideias loucas para estes e para aqueles Por isso digo a quem passa Em Mueda ou no Niassa Estou mesmo farto deles Que da guerra não sabem nada só chateiam a rapaziada para fazerem um figurão È descansando que o tempo vai passando (Ai) Só estamos esperando acabar a comissão --- X --- (Letra adaptada para o Fado do Cacilheiro de José Viana) Estranha forma de vida Estranha comparação Vive-se em Lourenço Marques Vive-se em Lourenço Marques Cá estoura-se o coirão Vida boa vida airada Boites é só festança Lá não se fala em matança Lá não se fala em matança Nem em turras à sá morgado Niassa por onde dança Guerra como essa ignorada Conversa que é evitada Conversa que é evitada Pelos que vivem na abastança Falar da nossa desdita Fica ao lado e aborrece E como lembrar evita E como lembrar evita Toda a gente se entristece Ao passar pela cidade Com tanta tranquilidade Deu-me para comparar Ao passar pela cidade com tanta tranquilidade deu-me para comparar Meninas de mini-saia Mandai-as para as nossas praias Para a manobra de atracar Meninas de mini-saia Mandai-as para as nossas praias Para a manobra de atracar Pipis com carros “Gts” Mandai-os para as Berliets Tirai-lhes as modas finas Pipis com carros “GTS ” Mandai-os para as Berliets Tirai-lhes as modas finas Menús afeminados eram bem utilizados para fazer rebentar minas Menús afeminados eram bem utilizados fazer rebentar minas Bem como essas tais meninas Que apesar de enfiesadinhas Mas com ar da sua graça Bem como essas tais meninas Que apesar de enfiezadinhas Mas com ar da sua graça Serviam muito a jeito para salvar a dor de peito Cá da malta do Niassa Serviam muito a jeito Para salvar a dor de peito Cá da malta do Niassa Mas se não for só por pirraça Hão-de lá continuar E nós temos de lerpar Mas se não for só por pirraça Hão-de lá continuar E nós temos de lerpar Invertam-se as posições Troquem-se as situações Continuamos a aguentar Invertam-se as posições Troquem-se as situações Continuamos a aguentar Eles os daqui naturais Gastando dinheiro aos pais Vão para o Matola Rios Os daqui naturais Gastando dinheiro aos pais Vão para o Matola Rios Acabe-se com a tradição Entre-se na mobilização Utilize-se a manada Acabe-se com a tradição Entre-se na mobilização utilize-se a manada Dentro de poucas semanas Como quem come bananas Estará a guerra acabada Dentro de poucas semanas Como quem come bananas Estará a guerra acabada |
A gesta de seis irmãos que cumpriram Serviço Militar em África (Angola, Guiné e Moçambique).
quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013
Dálio Magro
Cancioneiro do Niassa
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário