terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Carlos Magro
O Caçador



Em todos os destacamentos do Exército por onde andamos, fomos sempre muito bem recebidos. Todas as "cervejolas" que consumíamos eram "à borla".
Porque, para além de levarmos o correio e outro género de coisas, pedíam-nos para irmos à caça, pois a alimentação era muita fraca e mal confeccionada.
Então, quando regressavamos da caça com os animais nos estribos do Héli, o almoço era logo melhorado! Quando íamos embora pedíam-nos para aparecermos mais vezes, pois alguns estavam em sítios por onde nunca tinha "passado cristo"!
Cacei duas chitas e a carne foi para os pretos (eles comiam a carne de chita)e, para nós, tiraram-nos a pele dos "bichos". Coloquei-as a secar no telhado e, num dia de ventania, foram-se!

Cacei javalis, palancas, etc. e havia pessoal que se dava ao luxo de matar elefantes para lhes tirar os dentes e o rabo. Ainda guardo, como recordação, um dente de um javali que matei.
Como caçador, vivi um episódio aborrecido quando, um dia que fomos à caça e matei uma fêmea, ao aterrarmos para a transportar, verificamos que estava prenha e com o feto no chão, fora da barriga. Deixámo-la ficar.













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