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terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Carlos Magro
Operação Siroco


A Operação Siroco foi uma operação militar que se realizou em sucessivos anos no Leste de Angola e que era realizada por tropas especiais; Comandos, Fuzileiros e Pára-Quedistas, às quais a FAP prestava a sua colaboração, nomeadamewnte em:
- Transporte de tropas e colocação das mesmas no terreno, apoio aéreo e transporte dos feridos;
- Bombardeamentos com balas explosivas e incendiárias do Héli-Canhão;
- Bombardeamentos de bombas napalm pelos T6 nos acampamentos das forças inimigas;
- Transporte de prisioneiros inimigos e armas capturadas.



Armamento capturado pelos "comandos" na
Op. Siroco, com a cooperação de "Os Saltimbancos"

Guerrilheiro capturado

Armamento capturado - Op. Siroco 1972








Carlos Magro
O Heli-Canhão



Quando fui para o destacamento de Cuito Cuanavale no Héli-Canhão, tive que aprender a disparar com o canhão, logo pensei que estava tramado porque, não só tinha que prestar seviço como mecânico, mas também de atirador, enfermeiro, caçador e prestar apoio aéreo às tropas no terreno, quando o solicitassem.
Lembro-me que no primeiro pedido de apoio aéreo pelas tropas no terreno em confronto com uma coluna de guerrilheiros do MPLA ou FNLA, o piloto, com os pneus do helicóptero quase a roçarem nas folhas das árvores, começou a transmitir-me através dos auscultadores:
- "Magro, quando chegarmos ao local, vou subir e descer rapidamente aos "SS", tens que te aguentar agarrado ao canhão, de pé e atento á mira telescópica, porque não sabemos quantos guerrilheiros estarão a disparar para o helicóptero e podem ser muitos!"
Assim, quando chegamos ao local, as nossas tropas deram indicação ao piloto da direcção que o "gajos" tomaram na fuga. Ainda percorremos bastante área mas nem vê-los! Evacuamos alguns feridos e regressamos ao Cuito.

Também, ainda no Cuito, fomos informados que tinha havido grande tiroteio e baixas das nossas tropas “Os Flechas” (soldados negros recuperados ao inimigo.
Um Héli dos “Saltimbancos” mais quatro Hélis dos nossos "primos" da África do Sul, que nos ajudavam porque tinham receio que a guerra se alastrasse áquele País (o que mais tarde se veio a verificar com a independência), fomos verificar os estragos: muitos mortos (alguns com os miolos de fora), foi impressionante! Vimos um ferido a mexer-se, que evacuamos. Esse ferido contou que alguns não estavam mortos e que as tropas inimigas os esfaqueavam nas pernas e, se reagissem, eram mortos. O que evacuamos terá ouvido dizer: "este está morto!" e foi a sorte dele!








Carlos Magro
O Caçador



Em todos os destacamentos do Exército por onde andamos, fomos sempre muito bem recebidos. Todas as "cervejolas" que consumíamos eram "à borla".
Porque, para além de levarmos o correio e outro género de coisas, pedíam-nos para irmos à caça, pois a alimentação era muita fraca e mal confeccionada.
Então, quando regressavamos da caça com os animais nos estribos do Héli, o almoço era logo melhorado! Quando íamos embora pedíam-nos para aparecermos mais vezes, pois alguns estavam em sítios por onde nunca tinha "passado cristo"!
Cacei duas chitas e a carne foi para os pretos (eles comiam a carne de chita)e, para nós, tiraram-nos a pele dos "bichos". Coloquei-as a secar no telhado e, num dia de ventania, foram-se!

Cacei javalis, palancas, etc. e havia pessoal que se dava ao luxo de matar elefantes para lhes tirar os dentes e o rabo. Ainda guardo, como recordação, um dente de um javali que matei.
Como caçador, vivi um episódio aborrecido quando, um dia que fomos à caça e matei uma fêmea, ao aterrarmos para a transportar, verificamos que estava prenha e com o feto no chão, fora da barriga. Deixámo-la ficar.













Carlos Magro
As Evacuações






Numa evacuação o helicóptero vinha cheio de pessoal ferido e, durante duas horas, tive de vir de cócoras a segurar para cima, por causa do sangue, a perna de um soldado que tinha ficado sem o pé no rebentamento de uma mina.

Noutra evacuação os feridos estavam num local com árvores bastantes altas e para os ir buscar o helicóptero tinha que descer e subir na vertical, pelo que os soldados tiveram que cortar as árvores, tendo-se perdido imenso tempo e efectuado manobras bem arriscadas. As pás do Héli quase batiam nas árvores!







domingo, 20 de janeiro de 2013

Carlos Magro
Apresentação


O Especialista

Ofereceu-se como voluntário para servir na Força Aérea Portuguesa, onde cumpriu 6 anos de serviço militar, assim distribuídos:
- 1969/1970 - Ota/Tancos;
- 1970/1972 - Angola;
- 1973/1974 - Tancos/S. Jacinto.

Iniciou o serviço militar em Janeiro de 1969 na Base Aérea nº.2 Ota, onde permaneceu durante um ano, tendo efectuado uma recruta de três meses, após o que recebeu formação de mecânico de material aéreo.

Em finais de 1969 foi colocado na Base Aérea nº.3 em Tancos tendo sido enviado, em Fevereiro de 1970, para as "OGMA" - Oficinas Gerais de Material Aeronáutico, a fim de receber formação em mecânica de helicópteros "Alouette III", regressando à BA3 - Tancos, em finais de Março desde mesmo ano.

Em Junho foi mobilizado para Angola mas, entretanto, sofreu um acidente com a hélice de uma avioneta "Dornier" e foi internado no Hospital Militar de Tomar, antigo "Convento dos Templários", onde permaneceu durante cerca de três meses, após o que foi presente a junta médica no Hospital Militar Principal, em Lisboa, onde permaneceu durante mais cerca de 45 dias.

A 17 de Dezembro de 1970 viajou, então, para Luanda a bordo de um cargueiro DC6 que, após 8 horas de voo, fez uma pequena escala no Aeroporto de Bissalanca (Bissau - Guiné) para reabastecimento que durou cerca de 25 minutos, após o que reiniciou a viagem rumo à Base Aérea nº 9 - Luanda, onde aterrou cerca de 18h30m após ter descolado do Aeroporto de Figo Maduro - Lisboa.



A AB-4 - Henrique de Carvalho

Colocado na Base Aérea nº.9, na manutenção dos PV2 (???), estes em Fevereiro foram transferidos para a AB4 (Aeródromo Base Nº.4), em Henrique de Carvalho.
Uma vez que possuía formação em helicópteros tentou manter colocação em Luanda, o que não conseguiu, seguindo então para a AB-4, onde permaneceu até finais de Junho de 1971, após o que seguiu para o Aeródromo de Recurso, no Luso e onde permaneceu até 22 de Dezembro de 1972.



Luso -ZML - 1972

No Luso (Leste de Angola), já na manutenção de helicópteros, neles voou para diversos locais, nomeadamente: Lumege, Cazage, Luacano, Ninda, Cuito Canavale, Gago Coutinho, Leua, Chiume, Chilombo, Chafinda, Cazombo, C.Cassai, Mutumbo, Cancumbe etc.etc., tendo vivido várias peripécias e episódios que relatará mais à fente.



BA7 - S. Jacinto

Regressando à Metrópole a 28 de Dezembro de 1972, é colocado novamente na BA3, em Tancos.
Em Maio de 1973 requer transferência para a Base Aérea nº.7 em S.Jacinto, o que lhe foi concedido e onde permanece até Outubro de 1974, data em que passa à situação de disponibilidade.









HINO DOS SALTIMBANCOS
Esquadra de Helicópteros 401 - Angola
(onde prestou serviço o ex-Cabo Especialista da FAP - Carlos Magro)
Letra/musica:Franklim/Fernando Pina Slideshow: HINO’s trip to Angola was created with TripAdvisor TripWow!