domingo, 10 de fevereiro de 2013

Álvaro Magro
Perdido no Mato



Em Fevereiro de 1972, quando se encontrava ao serviço da CART 3493 em Mansambo, participou numa operação militar que durou um dia e duas noites e onde, a dada altura, no meio do mato, o Alferes Comandante do deu pelotão, deu ordem para que o poessoal descansasse um pouco.
Cansado e não tendo dormido na noite anterior, acabou por adormecer protegido pela vegetação.
Quardo acordou, viu-se completamente só, no meio do mato, numa região que sabia ser frequentada por "terroristas".
Num "bate estradas" (aerograma) que enviou para o irmão Fernando em Bissau, relatou assim a "odisseia":

"Não imaginas o meu estado de espírito ao ver-me só e perdido dentro daquela mata densa. Andei cerca de uma hora perdido, cheio de medo. Cheguei a pensar que seria apanhado pelos terroristas e que nunca mais voltaria a ver a família.
Procurei encobrir-me com a vegetação, mas se porventura tinha de atravessar uma clareira, fazia-o rastejando.
Por fim encontrei um trilho por onde segui algum tempo, encharcado em suor.
Finalmente vi, ao longe, um pequeno grupo de militares.
Aproximei-me deles correndo o mais que pude e quando me pareceu que a minha voz poderia por eles ser ouvida, gritei com quanta força tinha.
Era tropa da minha Companhia, embora não fosse do meu pelotão.
Contei o que havia acontecido, quase sem poder falar, por estar muito cansado.
Não tive nenhuma culpa do sucedido."


Vista aérea do Quartel de Mamsanbo - 1970







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