domingo, 20 de janeiro de 2013

Dálio Magro
Apresentação


Dálio Valente Magro, foi incorporado no serviço militar obrigatório em 8 de Janeiro de 1969, com apenas 22 anos de idade, tendo passado à disponibilidade cinco anos depois (8 de Janeiro de 1974).

Na data da incorporação apresentou-se na EPI (Escola Prática de Infantaria) - Mafra, onde, com o posto de Soldado Cadete, frequentou o 1º ciclo do COM (Curso de Oficiais Milicianos), cuja duração foi de cerca de 3 meses e onde foi exímio na aprendizagem das tarefas de:
- Esquerda … direita, marchar … um … dois … um … dois…, apresentar arma….etc, etc., bem como no manuseamento das armas "mauser" e "G3".

Contudo, a sua preferência era a ordem de “destroçar!”.

E esta simpática ordem de “destroçar” era a mais bem acatada no fim de cada dia de instrução e, às sextas-feiras, soava a “bolero de Ravel” aos seus ouvidos.

Jovens na flor da idade, fechados num quartel a executar duros exercícios físicos a que não estavam habituados, o que mais desejavam era que a sexta-feira chegasse bem depressa para poderem ir passar o fim-de-semana a casa.

Para esse efeito, o comboio era um dos transportes mais utilizados, até por que, aos militares, era concedida a benesse de 50% de desconto no preço do respectivo bilhete.

Para se ter uma ideia do custo de vida naquela época, o preço da viagem de comboio (meio bilhete) entre Campanhã e Mafra, custava 59$00 (aproximadamente trinta cêntimos actuais) o que, parecendo um preço bastante baixo, era, ainda assim, para muitos militares um custo elevado, já que durante a instrução recebiam um “ordenado” risível.

Convém lembrar que, nessa altura, um prego em prato (que incluía bife, ovo e batatas fritas), mais uma caneca de cerveja, andava pelos 17$50 (dezassete escudos e cinquenta centavos - menos de dez cêntimos actuais). Ou seja: para se poder ir passar o fim-de-semana a casa (ida e volta=118$00), ficava-se privado de deglutir quase sete preguitos em prato e quase sete canequitas de cerveja (inadmissível!).

Terminado o 1º ciclo do COM, foi colocado na Escola Prática de Engenharia, em Tancos, a fim de receber formação da respectiva especialidade e que teve, também, a duração aproximada de 3 meses.

Após a conclusão da especialidade, foi colocado no Regimento de Engenharia 1, na Pontinha - Lisboa, com o posto de Aspirante a Oficial Miliciano. Esta Unidade, naquela época, possuia uma secção no Campo Grande - Lisboa, onde se encontrava o Comandante.

De acordo com as normas legais, o novo Aspirante a Oficial teve que se apresentar ao Comandante da Unidade que, durante a apresentação, lhe perguntou:

- "O Sr. Aspirante é familiar do José Magro?"

Tendo-lhe respondido que era natural que fosse, a sua reacção foi enérgica:

- "O Sr. sabe o que está a dizer?! O José Magro é um reputado comunista que se encontra preso e por conseguinte não quero cá pessoas com esse carácter!"

Logo pensou com os seus botões:
- “Parece que estou com sorte. Este quer que eu engorde, não gosta dos magros!”

Era normal os Serviços Administrativos aproveitarem a apresentação de um novo Oficial para o colocar, de imediato, na escala de serviço de Oficial de dia, principalmente ao fim de semana.

Assim, foi nomeado para Oficial de dia no Sábado imediato e, para surpresa sua, o tal Comandante apareceu-lhe no aquartelamento.

Depois de lhe ter efectuado algumas perguntas, quis saber quantos presos se encontravam na cadeia. Tendo demonstrado desconhecer a existência de uma pequena prisão (cela) naquela Unidade, foi de imediato ameaçado com um castigo e até uma possível prisão, uma vez que o Oficial de dia era o único responsável pelo aquartelamento e teria de se inteirar de toda a situação material e humana existente no mesmo. De seguida acompanhou-o à prisão onde por acaso se encontrava um preso, o que o levou a perguntar:

- E se o homem tivesse fugido?!

Apeteceu-lhe responder:
- “A cela ficava vazia!”

Mas não, preferiu “chutar pra canto”.

Em Setembro de 1969 voltou à EPE, em Tancos, com a finalidade de tirar o curso de minas e armadilhas, uma vez que tinha sido mobilizado para Moçambique.

"Este curso foi imensamente benéfico em virtude de me ter dado as bases fundamentais para me iniciar na concepção de pequenas bombas domésticas que, apesar de serem inofensivas, causavam algum incómodo devido a, de vez em quando, serem mal cheirosas."

Em Novembro foi deslocado para Santa Margarida (B. Engª.3?) com a finalidade de formar a Companhia de Engenharia que iria para Moçambique.

A bordo do Vera Cruz, rumo a Moçambique






3 comentários:

  1. Costumava-se dizer que os jovens iam para a tropa meninos e saíam de lá homens.
    No caso deste ex-militar isso efectivamente parece ter sucedido, pois cresceu muito logo nos primeiros dias de tropa a julgar pela bainha das calças.

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  2. ola eu era o 1 cabo sobral se o senhor se lembra de mim eu lembrome perfeitamente do senhor do nosso alferes magro a nossa companhia 2686 que tanto trbalhamos na pista do candulo e chilues un abraço deste amigo delmar sobral e era operador de maquinas
    21 de julho 2013

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  3. Olá Sobral,eu era e ainda sou o José Lopes de Simas Gonçalves,o operador de máquinas 944. Se por acaso leres esta mensagem,recebe também um grande abraço.

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